Talvez eu pareça mesmo uma louca, ou melhor dizendo, talvez eu seja mesmo uma louca. Sei que não é nem um pouco normal uma piveta de 20 anos acordar numa manhã de terça-feira modorrenta, ao som de uma bela discussão de vizinhos onde prevalece o diálogo:
- Vc pensa que você é quem?
- Eu? Eu sou a disgraça, eu sou o diabo!
Então, a piveta aqui levanta toda serelepe, da um belo sorriso e pensa: “Faltam exatamente 7 anos pra chegada da minha minina!”
- Hã? Sua menina? Como assim? Aaah! Você ta falando da sua cachorrinha, né?
- Não, eu não gosto de cachorro, to falando de sete anos futuros e conseqüentemente da minha filha que vai nascer no dia 23 de setembro de 2015.
- Como você pode ter tanta certeza?
Caramba! Será que é mesmo tão difícil assim pra alguém programar uma vida? Tudo bem que as vezes não sai exatamente como a gente planejava, na maioria delas, completamente diferente.
“- Quando eu tiver no 3º ano vou fazer cursinho. Quero sair da escola e ir direto pra faculdade!”
Eu queria fazer cursinho e conseguir uma bolsa integral no prouni pra Publicidade e Propaganda na Unifacs. Fiz dois meses de cursinho, tirei uma nota de merda no Enem e consegui uma bolsa de 50% pra ADM numa faculdade que eu nem sabia que existia. Mas isso não vem ao caso.
O que importa é que em 2004 li um livro chamado Hanna, o anjo menorzinho de Deus. Foi a primeira vez que eu chorei lendo um livro. E foi depois disso, com uma convicção absurda que eu disse em alto e bom som: Minha filha vai se chamar Hanna!
Tempos depois essa idéia foi se aprimorando, a medida que eu lia repetidas vezes o livro (que eu decretei meu por direito após tantas idas e vindas). Descobri que a forma original do nome seria Hannah, que vem do hebraico e significa A cheia de graça.
Decidir quando ela chegaria foi a parte mais fácil, 2015 por eu estar com 28 anos e supostamente uma idade em que tudo estará no seu devido lugar. E 23 de setembro simplesmente por ser o inicio da mais bela das estações. E posso até imaginar eu dizendo pra ela: - A primavera veio e com ela o melhor de todos os presentes do mundo!
O pai? Ah, o pai não me importa muito, pelo menos não por agora. Confesso que já importou de maneira significativa, mas agora não mais.
Mas a parte mais surreal de todas é imaginar um diálogo onde minha menina questionaria o fato de se chamar Hannah (até pq, todo mundo em algum dia da vida quer saber o pq do seu nome).
- Mamãe, pq eu me chamo Hannah?
- Por causa de um livro que eu li quando tinha 16 anos.
E esse será exatamente o momento em que eu vou presenteá-la com aquele livro que é meu por direito depois de tantas idas e vindas.
Everything required To Know About That
Há 9 anos