domingo, 22 de junho de 2008

Espero mesmo que não tenha apagado

Mochila grande e pesada. Muita coisa pra levar, inclusive a maldita ansiedade que me fez repetir infinitas vezes no dia anterior a tão conhecida frase um tanto quanto infantil "Eu quero minha mãe!"
Perdi meu buzú direto, o que resultou na descida na Paralela e a esperança de encontrar Alan lá, encostadinho esperando Leonardo, o que de fato não aconteceu. Já eram 7:10 e o único Vila de Abrantes que tinha passado mal dava pra pôr meu pé no primeiro degrau da escada de tão cheio que tava. Imagina se eu tento entrar com aquela mochila daquele tamanho?! Ia ser linxada [fato]. E meu cartão do Bradesco Saúde nem chegou ainda.
O jeito foi pegar o Aeroporto, descer em São Cristovão e pegar um transporte alternativo, aqueles que parecem andar de ré. E com um pipico de sorte (o que não era meu forte naquele dia) pegar um ônibus convencional e eu conseguir chegar na Renco com -5 minutos de atraso.
São Cristovão. Nada de buzú. A Topic já tava arrastando, lotada, quando eu segurei na porta e me lancei lá dentro. Num quis nem saber. O cobrador (brother ele!) pegou a bendita mochila da minha mão e pediu que um rapaz que estava sentado segurasse. Depois de mim entraram mais umas 20 pessoas (com exagero) e quando o motorista mais uma vez tentou arrastar, aparece ele. Alto, magro, dois brincos tipo argola bem pequenininhos, barbinha, calça jeans e camisa básica. A Topic tava tão cheia que não dava nem pra respirar. Eu estava de frente pra porta, do lado do rapaz que segurava minha mochila, ele na minha frente, de costas pra porta, mas assim, na minha frente mesmo! O trânsito tava meio lento (óia, nem queria!). Quando a porta abria, dava um tapa nele q ele caía lá fora, a pessoa descia e ele voltava pro lugar. Mas como esperado, as pessoas foram chegando aos seus destinos e o espaço se abrindo. Quando estávamos quase em Portão ele tomou a atitude de sentar lá nos bancos de trás. Foi nessa hora que minhas suspeitas sobre o cobrador-cupido se acabaram. Do nada, assim de uma hora pra outra ele lançou a idéia: - Tá longe ainda, aproveite pra descansar. Deixe sua mochila aqui e sente alí, ó!
Eu fui, lógico.
Alguns instantes depois surge o tão esperado diálogo.
-Você é daqui de Lauro de Freitas mesmo?
- Não, Salvador.
- Qual bairro?
- Sete Portas.
- E você, é daqui?
- Não, Salvador também. Stella Maris [Cacetada! Longe pa porra.]
(...)
- Você trabalha aqui?
- É.
- Onde?
- Secretaria de Saúde.
- Onde fica?
- Alí em Portão.
- E você, trabalha aqui?
- Não.
- Abrantes?
- É, na Renco. Fica aqui mesmo, na Estrada do Coco, depois da Pizza Hut.
O cobrador-cupido chega pra cobrar a passagem, ele tira do bolso o dinheiro e uma caneta. Entrega o dinheiro, olha olha pra minha com uma cara de "meu Deus, que vergonha!"
- Você pode me dar teu número?
Sorriso de "Pensei que você não ia pedir!"
- 81620973.
- Aí na mão vai apagar.
- Apaga não.
- Flávia.
- Prazer Flávia, Luiz Carlos.
- Luciano?
- Luiz carlos.
- Ah, Luiz Carlos. Prazer!

Amor de buzú é assim...

Um comentário:

Rafael Gomes disse...
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